3 de mai. de 2014

-TARÂNTULA-

Tenho um deus, para o qual nunca orei,
E amantes que nunca amei.
Sou o orvalho que estoura em uma pedra,
A água do aquário que se quebra,
A tarântula dançando pelas folhas
De um jogador eternamente sem escolhas.
Nunca se vai.
Apenas se esvai.
Dos cantos rimados de um pequeno bebê,
Aos ouvidos atentos daquele que não vê.
Não consigo gritar ou permanecer quieto,
Não sei o que fazer ou se isso importa ao certo.
Sou o chicote que me aflinge,
A charada da Esfinge,
Um carro sem freio
Surgindo de um grito que explode em meu seio.
Sou aquele que abraça sem sentir.
Um homem que nunca se foi - que nunca esteve aqui.
Pese o meu coração.
Sem feridas, sangrei até me tornar lama.
Que me transformem em vaso, e que este vaso quebre.

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